Feliz Ano Novo by Rubem Fonseca


Feliz Ano Novo
Title : Feliz Ano Novo
Author :
Rating :
ISBN : 8571640696
ISBN-10 : 9788571640696
Language : Portuguese
Format Type : Brochura
Number of Pages : 176
Publication : First published January 1, 1975

Considerado um dos principais livros do autor, Feliz Ano Novo, lançado em 1975, teve sua publicação e circulação proibidas em todo o território nacional um ano mais tarde, sendo recolhido pelo Departamento de Polícia Federal, sob a alegação de conter 'matéria contrária à moral e aos bons costumes'. O regime autoritário, que tentava à força encobrir os problemas que compunham a face negra do país, não suportou a linguagem precisa e contundente dessa coleção de contos que traduzem ficcionalmente a verdadeira fratura exposta do corpo social.


Feliz Ano Novo Reviews


  • Eric Novello

    Me lembrava de duas coisas a respeito desse livro. O conto do Mandrake com a meliante de peruca. E vê-lo circulando pela minha família. Uma tia minha o ganhou de presente de Natal e o livro passou por todos que costumavam frequentar as festas na casa da minha avó. Passou pela minha casa, foi lido pelo meus pais, e eu dei minhas espiadas, não lembro com que idade.

    Relendo-o muitas décadas depois me veem algumas observações:

    - sobre os contos mais "sexuais": é engraçado como o que parece transgressor de um ponto de vista heterossexual (lembrando que o livro foi proibido na ditadura, um ano antes do meu nascimento) geralmente é careta para quem habita alguma das letras do LGBTQIA+ Ainda mais com tamanho espaço de tempo.

    - seus contos ainda hoje celebrados são os mais violentos. neles, geralmente é um personagem homem que comete crimes. ou seja, o homem em posição de poder, mesmo sendo um texto crítico.

    - os contos tidos como "mais fracos" são justamente os contos nos quais o autor se vale do humor para expor o teto de vidro dos seus personagens masculinos. ok, sabemos que o humor tem sua cota de detratores por si, mas me parece óbvio o motivo do incômodo maior.

    - alguns dos contos têm um impacto maior quando se pensa no contexto da época, principalmente nos chiliques moralistas da ditadura.

    - certos livros envelhecem mal nas suas tentativas de transgressão, mas até que feliz ano novo resiste bem ao tempo. ainda que seja um retrato da sua época, com pensamentos que hoje soariam enviesados (vide os personagens negros do livro), entende-se o motivo de ter feito todo o barulho que fez na época do lançamento.

  • Rita

    Rubem Fonseca (1925-2020) nasceu em Juiz de Fora – MG, mas considerava-se um carioca. Era filho de pais portugueses, da região transmontana. Teve uma ampla experiência profissional, foi estafeta, escriturário, revisor e inspector de polícia até que se formou em Direito.
    Estreou-se na literatura nos anos 60 quando dois contos da sua autoria foram publicados em duas revistas.
    Feliz Ano Novo, publicado em 1975, foi imediatamente censurado pelo regime militar porque atentava contra a moral e os bons costumes..
    É considerado um dos trabalhos mais importantes do autor.

    São 15 contos que retratam a vida urbana brasileira de forma muito realista. Os temas principais são a violência, a solidão, a melancolia, a hipocrisia e o cinismo.
    As personagens retratadas são os extremos da sociedade brasileira, os pobres e marginalizados e as chamadas elites.
    Embora consiga entender a utilização frequente do baixo calão não deixa de ser algo que me cansa e incomoda.
    Não foi um livro que me tenha conquistado, mas deixou-me curiosa para ler outras obras (e tenho algumas) daquele que é considerado um dos maiores génios da literatura brasileira.

    Destaco alguns contos que para mim valem bem as 5 estrelas:

    Feliz Ano Novo
    Passeio Noturno (Parte I)
    Nau Catrineta
    Entrevista

  • Antonio

    I've just realised I haven't written a word about this book! How could I have forgotten this one? This is one of the most amazing books I've ever read. And here's why: think about a high school student bored in classes and with thousands of books to read for his vestibular (an SAT-like exam applied here in Brazil). Then, among many works of unquestionable quality - maybe not the best ones for times of so much stress -, there's this one to save us from boredom and the annoyment of routine.

    In this awesome book, Rubem Fonseca, a name to remember, shows us a side of society frequently left in the shadows. He tells us stories about the marginalised society. Fonseca gives voices to criminals, hookers and travesties through unexpected scenarios, from a sex competition to a travesty extortion. Besides the unanticipated plot, he submerges us in a sea of violence, disrespect (or would be respect, since their moral is different from ours?), disfigured values.

    Recommended to everyone who wants to get off their comfort zones and learn a little bit more about this incredible Brazilian author who have done such marvellous work in this compilation of visceral short stories.

  • Daniel Benevides

    Tinha lido na adolescência. A releitura confirmou: é imoral, indecente, incorreto. Uma imundície!

  • Zé Frederico

    Livro proibido durante a ditadura, em uma censura no mínimo infantil. Não darei spoilers sobre os contos, e sinto que serei julgado se falar quais foram os que mais gostei 🙄, mas recomendo mto o último - intestino grosso - que é tido como uma visão do próprio Rubem Fonseca sobre sua literatura - muito bom e provocativo!

  • Luciana

    Dentre os grandes da literatura noir, contemporânea e pop, Rubem Fonseca se destaca com a rudeza de seus contos que retratavam a realidade do submundo; com crueza na linguagem expôs e brincou com aqueles que consideravam sua obra como pornográfica.

    Barrado pela ditadura militar, a obra censurada só pode voltar a ser comercializada após o fim desse período nebuloso e nefasto, que, sem embasamento, acusou a obra de ir contra a moral e bons costumes, o que chega a ser cômico, uma vez que a prática da tortura e assassinatos era institucionalizada como política de Estado pelo governo ditatorial da época.

    A obra é, assim, composta de contos que retratam os crimes, chantagens, suicídios, assassinatos e questões de sexualidade, todos com a perspectiva daqueles que o praticavam. Não é, portanto, uma obra que vá buscar justiça, é uma obra de fatos e relatos, quase sempre vividos e quase impossíveis de deixar de se ler.
    Supreendentemente, os contos não oscilam, sendo excelentes em todos temas propostos, de qualidade ímpar e tão bons quanto os de Alice Munro e Mario Benedetti, em suma, excepcional.

  • Alessandra Anyzewski

    Crônicas sobre o bicho homem, bastante atemporais. Eu acho realmente que era esse tipo de provocação que Nelson Rodrigues queria ter feito, mas que em mim não deu certo. Achei o último capítulo, "justificando" a existência do livro como ela é, genial.

  • Manuel Gómez

    Los cuentos de Fonseca son magníficos. Con respecto a eso hay poco que agregar. Creo que la riqueza de este libro está en las libertades que se da en los relatos. La violencia es protagonista, y el relato que le da nombre al libro es tal vez el que más se ajusta a las expectativa que uno tiene cuando lee a Fonseca, pero también se encuentra el lector con textos más cargados de humor, por preguntas existenciales sobre la escritura, y con algunos textos que además de la historia relatada son ejercicios de estilo de un escritor que explora distintas posibilidades de contar un historia.

  • Guilherme Vasconcelos

    Eu não li este livro com qualquer informação prévia, portanto não sabia o que esperar, mas ainda assim não esperava a "realidade crua" que é apresentada já no primeiro conto. Nessa incrível sucessão de horrores dois contos se destacaram: "Corações Solitários" por apresentar uma ironia tão divertida impossível aos europeus e "Passeio Noturno" que não é nada mais do que uma aula de literatura em duas partes.

  • Alexandre Mano

    Soco no estômago na minha noite de Ano Novo de 18/19! Escrita afiads, rápida, inteligente e viciante.

  • Lu Monteblanco

    El 2020 se llevó también a Rubem Fonseca, un autor consagrado como clásico contemporáneo de la literatura brasileña, que recibió diversos premios, entre ellos el Premio Camoes en 2003, el mayor premio concedido a la literatura en lengua portuguesa.

    Con una vasta obra, se destacó como un gran cuentista, y es considerado como el creador de lo que se conoce como la literatura brutalista brasileña o el neo-realismo violento. En el brutalismo de Fonseca los héroes son tan humanos como los malos, también tienen defectos, vicios, características sombrías. Los personajes están inseridos en historias urbanas contextualizadas por la violencia que genera la exclusión social de los grandes centros urbanos, donde no es tan fácil de identificar al bueno y al malo. Los protagonistas tienen problemas, los antagonistas no tienen moral, no sienten culpa y son brutales porque la naturaleza humana los hace así, sin importar de que clase social provengan. Esto también se refleja en el lenguaje utilizado, frases cortas, directas, malas palabras pero a su vez dotado de una elaboración muy sofisticada.

    Publicado en 1975 tuvo muy buena aceptación porque era algo muy diferente a lo que venía siendo escrito en el país. En 1976 fue prohibido por la censura del Régimen Militar con la justificativa de que la obra era inmoral en sus escenas y en su lenguaje violento.

    Rubem se desempeñó como escribano policial y como abogado penalista, antes de dedicarse de lleno a la literatura. Y su cercanía con ese mundo, se intuye sirvió de telón de fondo para muchos de sus cuentos. Cuando hablo de violencia, hablo de violencia en serio. Hablo de asesinatos, robos, abusos y hasta canibalismo. La crudeza con que son narrados estos quince relatos te hace explotar la cabeza.
    Con la vuelta de la democracia, su obra adquirió renombre y muchos de sus cuentos fueron llevados al cine a lo largo de los años.

    Los que destacan:
    Paseo nocturno (I): hace parte de un díptico, en el que un ejecutivo de clase alta, con una familia perfecta y un trabajo estresante, llega por las noches a su hogar y decide salir a desahogarse de las tensiones del día, de una manera muy particular;

    Entrevista: el cuento más corto de todos pero muy sugestivo, cargado de misterio, muestra un diálogo entre una prostituta que entra a la habitación donde el cliente la espera de luces apagadas;

    74 peldaños: con una estructura muy particular, un triángulo amoroso narrado por la perspectiva de los tres involucrados en 74 parágrafos cortos;

    Nau catrineta: el título del cuento hace referencia a un poema anónimo que se cree según la tradición oral fue inspirado en un viaje en un navío de gran porte, desde Olinda hasta Lisboa, en el siglo XVI, en el que por las diversas adversidades ocurridas, algunos tripulantes terminaron por practicar el canibalismo. La historia es narrada a partir de la familia descendiente de uno de esos tripulantes;

    Intestino grueso: una entrevista entre un periodista y un arrogante escritor, donde se habla de su obra, de la literatura brasileña y de las características sociales en general. Fue analizado hasta el cansancio y durante mucho tiempo se creyó que en ese personaje, Fonseca depositó todos sus pensamientos más radicales.

    En fin, termino con la sensación de que es un viaje de ida.

  • Elisana

    Leí este libro por casualidad y preguntando de que trataba me dijeron que "era una tragedia".
    Evidentemente demoré un rato en leerlo y no pude hacerlo en una sesión continua porque es un libro muy fuerte y con cuentos tan irreales como reales que hay que tener mucho estómago para leerlo.
    Lo más triste (o increíble) es que no sólo refleja la realidad de un país, sino de un bloque tan interesante de las características animales del ser humano, que aplica para cualquier sociedad.

    Un libro interesante, de fácil lectura y sobre todo, con una gran explicación (o justificación) al final de los cuentos.

    La edición es muy recomendable para quienes aprenden el idioma.

  • Amanto Moura

    Difícil por tratar de temas tão absurdos, duros e tão abertamente como violência, uso excessivo de palavrão e por aí vai não tem filtro mesmo além de ser bem real. Ao mesmo tempo é simples pois em raras ocasiões faz o uso de palavras sofisticadas, é uma relação de amor e ódio que se você não estiver devidamente preparado vai odiar o autor pra sempre pela "crueza" das histórias.

    Eu tentei ler o mesmo livro há 5 anos atrás e detestei, não passei do primeiro conto, agora mais maduro e tendo em mente do que se trata já fui preparado para os murros no estômago que iria levar e não achei tão catártico, visto que já li coisa pior, mal escrita e aclamada pela crítica. Esse livro é foda e todos deveriam ler.

  • Santiago Quijano

    Los cuentos de este libro están escritos con un desparpajo que hace olvidar que uno está leyendo, lo cual no es poca cosa. Pero además, en ellos Fonseca se burla de todo, o de casi todo: de la autoridad, de las instituciones, de los ricos y de los pobres, de los policías y de los ladrones, de la escritura, del pasado y del futuro. Imperdible.

  • Rafaela Eichler

    "Gente como nós ou vira santo ou maluco, ou revolucionário ou bandido. Como não havia verdade no êxtase nem no poder, fiquei entre escritor e bandido."

    3.5/5

  • Laura Vilarinho

    só uma das melhores coisas que eu já li em toda a minha vida ?

  • Samia Schiller

    Dia dos namorados é o conto em que a personagem Mandrake aparece pela segunda vez (estou lendo a trajetória de Mandrake cronologicamente).

    A ironia já acontece no título não há amor no Dia dos Namorados há tapeação, sexo e chantagem.

    Comparando o primeiro conto (O conto de F. A.), com este, Mandrake funciona como uma ligação entre o mundo dos ricos e o dos miseráveis.

    Se no mundo dos empresários há luxo sustentado por negociatas e acordos suspeitos, o lado dos excluídos sobrevive, através da chantagem e da esperteza, tirando algum dos ricos como pode.

    Quando os lados se encontram - nos dois contos isso se deu através do sexo fora do casamento - o subalterno tentou levar vantagem e o poderoso precisou de Mandrake para resolver a questão.

    A personagem serve pra esse trabalho porque conhece bem os dois lados e com isso tira vantagem de ambos. Sem escrúpulos.

    O Conto lido com os olhos de hoje pode ser visto como preconceituoso, mas nunca datado. Uma leitura mais generosa pode ver que ele critica muito a discriminação social entre ricos e pobres, onde um lado tem todos os benefícios e o outro tem que se virar para conseguir migalhas.

    O estilo de Fonseca é uma preciosidade de concisão, suas frases e diálogos são precisos, as situações mostradas são incômodas, cínicas, violentas e revelam as personagens enquanto agem ou falam. Poucos autores conseguem tanto em poucas páginas.

    Uma vez, ouvi Marcelino Freire dizer que Rubem Fonseca é um escritor tão grandioso que até quem nunca o leu é influenciado por ele. Acho que este é o caso do roteirista do filme Parasita.

    Escrevi muito e nem analisei tudo.

  • Antonio Rubio

    Feliz año nuevo, el libro más celebrado de Rubem Fonseca, es difícil de comentar. Quisiera mejor que el Autor de "Intestino grueso" responda lo que podríamos considerar "una poética pornográfica": "Cuando los defensores de la decencia acusan a algo de pornográfico es porque representa funciones sexuales o funciones excretoras, con o sin el uso de los nombres vulgares comúnmente conocidos como groserías". Y agrega: "el ser humano aún está afectado por todo aquello que le recuerda inequívocamente su naturaleza animal". Así lo deja claro el cuento homónimo, cuando nuestro protagonista, luego de asesinar a una anciana y para robarle un anillo, decide morderle el dedo y arrancarlo. Después defeca en la cama de la dueña de la casa, una burguesita que realizaba una fiesta mientras estos personajes de las favelas hacían su visita salvaje.

    Los textos aquí reunidos, en fin, asustan. Son horribles, repulsivos. Al mismo tiempo, ofrecen un dominio formal exquisito. Fonseca no solo sabe contar un relato de manera tradicional, sino que es capaz también de construir aventuras narrativas complejas y con conflictos igual de complicados de resolver. Concluyo: asustan y sorprenden.

    Ejemplifican también una naturaleza animal. Matan por placer, como las mujeres de "74 grados": "Es tan fácil matar a una o dos personas. Principalmente si no tienes motivo para hacerlo". Desde una perspectiva superficial, escribiría que la violencia en estos cuentos es gratuita. Sin embargo, cuando se hace uso del evento violento siempre cumple una función narrativa, ya sea para perfilar a un personaje, para progresar la trama o el conflicto, o para alimentar esta poética arraigada en los instintos más salvajes de la humanidad. Esto me gusta de la poética de Fonseca: que hasta el peor de estos personajes puede en algún momento encontrar un rasgo equiparable a los pecados de cualquier lector.

    Del uno al diez: OCHO.

  • Moureco

    Lançado em 1975, este é um livro de contos violentos e viscerais, como Fonseca nos habituou ao longo dos tempos. O último conto deste livro, 'Intestino Grosso', é uma declaração programática do que é relevante para Fonseca e encontramos vertido na sua escrita: "[...] para entender a natureza humana, é preciso que todos os artistas desexcomunguem o corpo, investiguem, da maneira que só nós sabemos fazer, ao contrário dos cientistas, as mais secretas e obscuras relações entre o corpo e a mente, esmiucem o funcionamento do animal em todas as suas interações." e "A pornografia está ligada aos órgãos de excreção e reprodução, à vida, às funções que caracterizam a resistência à morte - alimentação e amor, e seus exercícios e resultados: excrementos, cópula, esperma, gravidez, parto, crescimento. [...]"

  • Newton Nitro

    Um dos clássicos da literatura brasileira contemporânea e com razão. Feliz Ano Novo é sensacional, uma das melhores livros de contos que já li. Contos variados e criativos, cruéis e fascinantes, um dos melhores trabalhos do grande Rubem Fonseca, e serve como uma excelente introdução ao autor. Não sei nem qual é o meu conto favorito, todos são muito bons e bem variados entre si. E ainda tem a estréia do detetive Mandrake, que seria o protagonista de romances futuros do Fonseca.

    Recomendadíssimo, muito gostoso de ler , cruel e até assustador em alguns momentos, tive um choque ao ler o conto de dá o título ao livro, Fonseca tem muito a manha de pegar o leitor de surpresa, seu texto acertando como um boxeador experiente, soltando cruzados de direita quando esperamos um gancho de esquerda.

    Recomendadíssimo!

  • Ana Nehan

    "Mas quando os defensores da decência acusam alguma coisa de pornográfica é porque ela descreve ou representa funções sexuais ou funções excretoras, com ou sem o uso de nomes vulgares comumente referidos como palavrões. O ser humano, alguém já disse, ainda é afetado por tudo aquilo que o relembra inequivocadamente de sua natureza animal."

    "Eu gostaria de poder dizer que a literatura é inútil, mas não é, num mundo em que pululam cada vez mais técnicos. Para cada Central Nuclear é preciso uma porção de poetas e artistas, do contrário estamos fudidos antes mesmo da bomba explodir."


    Ao ler e reler Rubem Fonseca a sensação é sempre a mesma: puta autor FODA.

  • Ref2090 Figueiredo

    As 2 estrelas não são porque eu não achei bom, é porque simplesmente não fez muita diferença para mim. Quer dizer, alguns contos são legais: o primeiro é bem visceral em relação a realidade brasileira, tem um do cara que atropela pessoas que tbm é interessante. Há algumas coisas sobre travestis, um cara que, ao meu ver, é uma mulher transexual e também uma história de possíveis lésbicas? O que é interessante ver ser tratado em uma obra daquela época.
    Curioso saber que ele foi censurado na ditadura, mesmo não tendo nada explícito, o que mostra que o conservadorismo da época era extremamente babaca.

  • kiubert

    Son cuentos bastante brutales/violentos, ambientados en el Brasil de la dictadura militar. Hay varios estilos, desde relatos realistas, hasta historias de terror o relatos experimentales. Leí una traducción al chileno por editoriales Tácitas que siento que aporta bastante, sobre todo en relatos como el que titula el libro, protagonizado por unos jóvenes delincuentes, un texto como ese traducido a un español neutro tipo Alfaguara sería fomísimo para leer.

  • Suellen Rubira

    Como todo livro de contos, Feliz ano novo possui várias histórias sensacionais, outras boas e algumas nem tão brilhantes. Normal. Mas quero destacar as sensacionais, na minha humilde opinião: Feliz ano novo (Um socão no estômago do leitor), Corações solitários (bem engraçado!) Passeio Noturno I, Passeio Noturno II (bem loucos), O outro, Agruras de um jovem escritor e Intestino grosso (sobre escritores e seu papel no mundo).

  • Camila JR

    Algo que no se puede negar es que el escritor es bueno en lo que hace, desafortunadamente tampoco se puede negar que es un misógino de primera, todas las historias de este libro destilan odio hacia la mujer, incluso las historias donde ni siquiera se incluyen personajes femeninos, un ejemplo perfecto del intelectual latinoamericano.

  • Cezar Dranka

    Fantástico.

  • Ligia

    Eu havia lido outro livro do autor (“O seminarista”) e detestado. Quando não gosto de uma obra, costumo não ler mais nada do mesmo autor. Acabei lendo “Feliz ano novo” por causa de muitas pessoas que me recomendaram, quando eu dizia não gostar do autor. Agora não vou mais julgar com base num único livro!


    As histórias são violentas e ainda assim gostosas de ler - em sua maioria. Aliás, quanto mais violento melhor! Foram as histórias desse tipo que jogaram minha nota no alto! Porém, em certo conto, Rubem Fonseca resolve narrar um campeonato de sexo. Não dá certo. Na verdade, deu tão errado que não dei 5 estrelas por isso.

    E em algum outro conto, Fonseca resolve pontuar ao estilo Saramago - como fez também em “O seminarista”. Não funcionou, claro. Só Saramago consegue pontuar usando somente vírgulas e ainda assim ter um texto completamente claro.


    Sobre a censura na época da ditadura, vou fazer um comentário bobo e óbvio; pq acho desnecessário falar o que todos sabemos sobre esse absurdo. Terminada minha leitura, posso afirmar que “Feliz ano novo” foi censurado por um único motivo: moralismo excessivo. Meu comentário óbvio é pra recomendar a última parte do livro, chamada “intestino grosso”, Fonseca fala muito bem dos problemas do moralismo, melhor ler o livro do que me ler comentando sobre.

  • Thiago Da silva

    Livro decepcionante.
    Gosto muito do Rubem e já li vários de seus livros (contos e romances), e uma das coisas que mais gosto nele é o fato de todo o sexo e violência nunca ser usado para chocar, para posar de iconoclasta, nem de misantropo ou de "sujo e safado". Nos demais livros, parece-me, a ideia nunca é assustar senhorinhas, mas trazer à tona uma visão de mundo bastante firme e madura, encravada num realismo cru, mas também poético, também ciente das fragilidades humanas e das complexidades que daí derivam.
    Ora, neste "Feliz ano novo" parece que o Rubem regrediu à ideia de agradar o público com sangue, sexo, "situações inusitadas", mas sem conduzir para complexidades ou para a visão de mundo sólida que ele traz nos demais livros (e da qual eu gosto tanto). Achei que "Intestino grosso", que costuma ser mencionado como momento importante da obra, poderia salvar o livro porque é o Rubem apresentando seu trabalho de modo mais direto; acontece que ele o faz sob um "Autor" posando de cínico, bancando o bravão etc...
    Enfim, talvez eu tenha deixado passar alguma coisa de muito essencial no livro, talvez uma releitura futura mude a impressão inicial, mas hoje me parece que "Feliz ano novo" dá razão à crítica moralista segundo a qual Rubem Fonseca é apenas um escritor que fala palavrão. Dou duas estrelas porque tem ainda o estilo e a incrível habilidade de contista.