O Beijo No Asfalto: Tragédia Carioca Em Três Atos by Nelson Rodrigues


O Beijo No Asfalto: Tragédia Carioca Em Três Atos
Title : O Beijo No Asfalto: Tragédia Carioca Em Três Atos
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ISBN : 8520906478
ISBN-10 : 9788520906477
Language : Portuguese
Format Type : Capa comum
Number of Pages : 95
Publication : First published January 1, 1960

Esta tragédia carioca em três atos, escrita em 1960 e encenada pela primeira vez em 1961, conta a história de um homem que beija um atropelado agonizante na rua e é acusado publicamente de ser homossexual - até mesmo por sua mulher - trazendo à tona a hipocrisia e a falsidade das relações humanas.


O Beijo No Asfalto: Tragédia Carioca Em Três Atos Reviews


  • André Caniato

    Cara. Os personagens do Nelson Rodrigues são uma coisa maluca, mesmo. O casamento foi um choque, mas O beijo no asfalto, mesmo esperando... ninguém escreve assim, ninguém fala assim, ninguém faz assim. Queria ver isso num palco, qualquer dia — e que inveja de quem pôde ver com a Fernanda Montenegro, lá nos anos 60.

  • Ícaro Silva

    Um beijo, desejos escondidos, preconceitos nada velados, medo e suscetibilidade ao que os outros possam pensar ao mesmo tempo em que a ausência de temor do pensamento coletivo é uma liberdade. Em relativamente poucas páginas, Nelson Rodrigues entregou um texto complexo e repleto de nuances que é de dar inveja a diversos camalhaços que não tem sequer um personagem bem desenvolvido. Sinto falta de algo ainda meio intangível para mim, mas nada que diminua o brilhantismo da obra.

  • Andre Odysseus

    Recommendation: Read Nelson Rodrigues's work without any previous knowledge on what the plot is. I have done that with both Vestido de Noiva and O Beijo no Asfalto, for Rodrigues's plays have a jigsaw quality to it. Even though it didn't have as much impact as Vestido de Noiva, I still found O Beijo no Asfalto to be a really good play. I will definitely seek more Nelson Rodrigues in the future. So, 4 .5 out of 5 stars.
    Update: 5 out of 5 stars. I think, as time passes, this is starting to become my favourite Nelson Rodrigues's play

  • Mariana


    https://www.instagram.com/p/CZkbOpHvF2Y/

    📚O beijo no asfalto📚
    Encenada pela primeira vez em 1961, baseado em Arandir, um homem casado que beija outro homem que foi atropelado e está morrendo. As frases dos personagens são curtas, muitas vezes interrompidas, o que confere uma agilidade impressionante para a leitura. As emoções começam a escalonar até que, por fim, temos o clímax.

    O aspecto que mais me agradou foi ver como uma “fake news” muda completamente a vida de uma pessoa e o quanto um beijo pode ser mais chocante que uma morte por atropelamento.

  • Samia Schiller

    Muitas reviravoltas e particularidades descobertas em meio à diálogos frenéticos entre personagens.

  • Ana Reichert Ribas

    O livro se desenvolve a partir de um fato insólito, um beijo no asfalto. A obra não responde várias perguntas, ficando o leitor encarregado de formular possíveis hipóteses a respeito da história. Não só isso, mas a forma como os diálogos são construídos é muito interessante, as falas são sempre cortadas com um ponto final, os personagens são tomados por tamanha emoção que não concluem a linha de raciocínio, cabendo diferentes interpretações para o que eles queriam dizer.
    De uma forma muito refinado, Nelson Rodrigues faz diversas críticas sociais a partir da peça (fake news, avareza, desejos encobertos), mas o que chamou a minha atenção foi o fato das personagens confiarem cegamente no que a manchete do jornal propunha, fazendo com que eles mudem os fatos a partir do que foi lido, porque o jornal lhes dizia o que pensar e o que eles repetiam entre si o que foi dito. Se Arandir tinha um amante ou se era apenas compassivo, fica em aberto. Em suma, um livro super interessante e gostoso de ler.

  • Leonardo Bruno

    Genial. Fake news, cultura do linchamento, o poder de quem tem a palavra. Está tudo em Nelson.
    [Releitura]

  • Rafinha Murad

    tragedia carioca deliciosa de ler to animada pra ver no teatro!

  • Julio Gabriel

    Esse é um livro bem difícil de avaliar. Principalmente por conta de ser minha primeira leitura em formato de peça, e por conta de seu tamanho não impedir de ser bem decepcionante (se é que é possível envolver decepção em algo que você não sabe muito bem o que esperar).

    'O Beijo no Asfalto' tenta ser muitas coisas — misterioso comovente e até mesmo carioca, sendo que o Rio de Janeiro em si é um pano de fundo bem deixado de lado —, porém não passa de homofóbico. Na intenção de criar uma aura misteriosa em volta do acidente com o homem desconhecido e o beijo que ocorre em seguida muitos personagens interagem entre si a fim de entender o que realmente aconteceu, levando a uma série de suposições desnecessárias enredadas por comentários machistas e homofóbicos que só servem para fazer o leitor odiar certos personagens que já não eram de muita serventia.

    O ponto central, e que interliga os demais, de eu não ter gostado dessa leitura é seu formato de peça, dividido em atos. Por ser um estilo completamente fora da minha zona de conforto até cheguei a dar uma pesquisada para não ficar completamente perdido, mas não acabou adiantando muita coisa: os diálogos são confusos, difíceis de entender e terminam de forma abrupta, tornando-o uma experiência complicada em formato de texto.

    Logo no fim do livro vem um texto de apoio escrito por Flávio Aguiar, professor da USP e autor de 'Anita', analisando o texto de Nelson, esmiuçando que as interrupções entre os diálogos são sua maneira de demonstrar a incerteza dos personagens — o que até concordo, se estivesse assistindo a peça e não lendo o roteiro. Sem contar que tenta justificar os comentários ofensivos dos personagens como uma forma que eles acharam de lidar com conflitos “mais complexos”. Se isso não é um absurdo, eu não sei o que é.

    Sendo assim, ‘O Beijo no Asfalto’ é, a grosso modo, um montante de coisas erradas. Uma ultima surpresa amarga é que essa foi uma história escrita especificamente para Fernanda Montenegro que, para quem não sabe, há pouco tempo atuou em uma novela em que sua personagem era uma senhora lésbica orgulhosa de sua sexualidade e que viveu toda uma vida ao lado de sua parceira; logo, saber que ela encenou na primeira montagem dessa peça é bem decepcionante. Sim, são tempos completamente diferentes em questão, mas esse não deveria ser o ponto. O ponto é: chega de representatividade negativa. Uma história só veio para disseminar negatividade sem tentar chegar a um ponto benéfico não merece espaço na estante alheia.

  • Paulo Tiago Muliterno

    Ainda que não tenha a profundidade de "Vestido de Noiva" ou seja pesada como "A Senhora dos Afogados", essa é uma excelente tragédia à brasileira, ou mesmo à carioca. Personagens tão fracos que não oferecem qualquer oposição ao meio corrupto e cínico (daí o "à brasileira") que os arrasta para a inevitável tragédia. Até suas falas revelam isso, essa fraqueza de caráter; falas recortadas e aos "tropeços", por vezes sem nexo.

    Nelson Rodrigues era um gênio.

  • nia

    meu primeiro Nelson Rodrigues! e que privilégio. ainda bem que só fui ler agora, batendo na porta dos meus 26 anos. não teria estômago pra um texto tão violento, mais moça. que delícia que pode ser a baixaria. e carioca! em nenhum lugar se escreve baixaria tão linda quanto no brasil. privilégio.

  • Deborah López

    eu não sei se é o fato de ser um roteiro de uma peça, se é o estilo de escrita do nelson rodrigues, ou se essa era a norma mais comum na época que essa peça foi criada, mas o fato é: me senti lendo um delírio febril de uma pessoa hiperativa e com déficit de atenção.

    mas eu adorei! haha foi a primeira peça que já li, e meu primeiro contato com nelson rodrigues, mas foi uma leitura tão fluida e divertida (apesar de trágica) que me deu vontade de expandir essas listas.

  • Amanto Moura

    Nelson em sua melhor forma, história engraçada e ao mesmo tempo cruel, onde o "homossexualismo" era um dos maiores crimes na época.

    Resenha no blog

  • Jéssica Rosa

    Estou numa fase de amar ler peças de teatro e não sei se já disse isso em outra review, mas acho que sim.
    Enfim, sempre quis ler essa e tenho o sonho de ver ela montada, talvez adaptada pro século XXI. É engraçada, meio angustiante, capta aspectos de um Rio de Janeiro que se modernizava, nos anos 1960, e continuava cheio de valores morais hipócritas. Gostei, me diverti e me deu mais vontade ainda de ver a montagem.

  • Samuel Martins

    Incrível!!!!!!! A genialidade de Nelson é impressionante!! Agora imagina Fernanda Montenegro e esse grande elenco encenando a peça??

  • Ádrian

    4,5*

    gatilhos: homofobia, machismo

    Arandir é um homem casado que beijou a boca de outro homem que acaba de ser atropelado, realizando o último desejo dele, mas um jornalista vê a cena e decide tirar proveito dela causando um grande escândalo na sociedade carioca.

    Considero incrível o modo como essa peça, escrita em 1961, ainda possui assuntos tão atuais. O Beijo No Asfalto começa abordando a corrupção e o abuso policial fazendo um importante alerta sobre isso com os personagens mais podres possíveis, logo em seguida fala sobre fake news antes mesmo dela ter esse nome. É uma peça que constrói a cada momento uma trama que só se faz a partir do que a manipulação da mídia faz com a população, isso sem época de disseminação em whatsapp ou robôs no twitter, e faz isso com maestria, com uma matéria, uma cena tirada de contexto, nascia a cultura do cancelamento.

    Por se passar ainda nos anos 60 vemos também o choque que um beijo entre dois homens causa em uma população inteira, tudo somado a uma matéria falaciosa no jornal. Um homem morre atropelado por uma lotação que não parou no sinal que já ficava vermelho, mas o foco vai para dois homens se beijando, o escândalo deixa de ser o crime e passa a ser o tabu, novamente de mantendo atual mesmo que hoje em dia não seja tão forte quanto antes.

    O Beijo No Asfalto constrói uma tragédia que supera expectativas, é uma peça que toca nas feridas de uma sociedade corrupta e facilmente manipulável. Seus personagens são de camadas incríveis e sua escrita supera o esperado de um roteiro, mesmo que a história acabe pecando no terceiro ato.

    Na minha opinião, o último ato, que encaminha para a finalização da tragédia, é desconfortável no pior sentido da palavra. Uma personagem acaba sendo levemente descaracterizada para levar o leitor a criar outros pensamentos sobre o rumo que a história levaria e até mesmo afirmar a sexualidade do protagonista (o que não tinha necessidade alguma) e também leva para uma conclusão que pode até ser compreensível mas com declarações que não fazem sentido com tudo que trouxe a tragédia até aqui, além de algumas cenas desnecessárias.

    Encerro dizendo que O Beijo No Asfalto não é uma história representativa, como muitos acham. É sim uma peça que fala muito sobre o que é tabu na sociedade, mas de forma alguma aborda o tema sexualidade de modo que poderia se chegar a dizer que tem alguma representatividade. O foco dela é escancarar a manipulação midiática e a corrupção policial e nesses quesitos ela funciona extremamente bem.

  • Victor Hugo

    Eu não sei bem o que eu esperava pra essa história quando comecei a leitura, mas sei que ela acabou sendo uma coisa completamente diferente. No fim, eu acho que a história representa bem a sua época, mas acaba sendo, na falta de uma palavra melhor, meio densa e perturbadora, tratando de temas como a violência policial, aborto e, claro, homofobia, com uma visão que parece bastante com a dos livros dos anos 50, onde, no fim, os personagens lgbt's são punidos por suas ações (e, nesse livro, os dois homens acabam morrendo, um servindo de plot e outro só depois de ser alvo da homofobia de todos os outros personagens da peça, que diziam que ele era uma "viúva" do outro, e até dele próprio, que não para de negar que jamais seria gay!).

    Além disso, acho que a questão principal acaba sendo deixada em aberto (eu acabei a leitura sem entender se o Arandir e o outro eram realmente amantes ou se a viúva estava usando aquela história apenas para justificar o seu próprio adultério), mas suponho que isso acaba potencializando a crítica do livro, exacerbando os efeitos negativos da hipocrisia preconceituosa da sociedade carioca dos anos 60.

  • Miguel De Sousa

    Muito doido. Quebras de expectativa muito bem escritas. Linguagem usada pelos personagens também é mérito. Tem umas referências interessantes à região do Grande Andaraí, no Rio de Janeiro. Contexto histórico da década de 60 também pesa positivamente. Concordo com a crítica negativa de que todos os personagens tem uma visão extremamente heteronormativa, por mais que o homossexualismo seja um dos pilares da peça. Na prática, esse fato é usado apenas como tabu. Não conheço suficientemente a obra do autor para saber se, quando ele usa superficialmente um tabu como cerne de alguma obra, se é uma limitação ou apenas uma muleta dele.

  • Matheus Salviato

    Peça sensacional, uma “tragédia carioca”, Nelson Rodrigues é uma das pérolas mais brilhantes de toda nossa literatura e dramaturgia brasileira, é triste, maninho bom demais, slc. Alem de introduzir o teatro contemporâneo, o mesmo revoluciona a literatura através de um ultrarrealismo, descrito por antônio cândido como “nada melhor para chamar a atenção para uma verdade do que exagera-la”. E como Nelson Rodrigues domina o método, a forma, as frases inacabadas, o absurdo, EU AMO ESSE HOMEM.

    Ps: Essa foi uma peça requerida pela Fernanda Montenegro ao autor, que inclusive figura as duas exibições da mesma, em papéis e idades diferentes.

  • Ana Júlia H.

    “AMADO (num berro)
    — Mas parei a cidade! Só se fala do "Beijo no Asfalto"! Eles têm que respeitar! Têm que respeitar! Eu não dou bola! Não dou pelota! (Amado parte o grito num soluço)”

    😳 Tem que se respeitar muito ! (bom.. respeitar talvez não fosse a palavra !!

    Uma tragédia Carioca! Gente que delícia é reencontrar obras fantásticas do teatro moderno! Lembro de ler sobre Nelson Rodrigues mas não de ler muitas obras e que jeito com as palavras e com a formação de personagens ele tem. Muito Brasil dentro de três atos!! E que incrível pensar que foi estrelada por Fernanda Monte Negro em 1961, queria ter visto esta ao vivo !!

  • Ash Fraxinus

    o beijo no asfalto é um livro muito louco que tem um plot twist a cada ato, mas não é nunca cansativo!

    uma leitura rápida de fazer e com um complemento no final que deixou ainda mais prazeroso. é crítico, político e passa uma forte mensagem. dá tempo suficiente pra que você cria algum sentimento pelos personagens e crie curiosidade pra saber o que acontecerá na próxima página. recomendo!!

  • Sandro Brincher

    Uma das minhas peças favoritas do Nelson [junto com "Vestido de Noiva" e "Toda Nudez Será Castigada". Curtíssima, poderosa, provocativa e com um dos finais mais fantásticos da história do teatro brasileiro.

  • Maria Fernanda

    Peça sobre fakenews e homofobia durante os anos 60. Falas soam como monólogos como que para demonstrar que cada personagem está isolado em seu próprio mundo, e apesar de se argumentar que isso é genial, durante a leitura, chega a ser maçante.

  • François Le Grand

    Meu segundo livro de Nelson Rodrigues. Incrível perceber quão homofóbica era a sociedade dos anos sessenta. Já aproveitei para comprar 'Vestido de Noiva' o breakthrough de Rodrigues em 1943 para conhecer melhor a sua obra.

  • Murilo Silva

    Nelson Rodrigues sendo genial como sempre… a única coisa que mudaria e que acho que deixaria o final perfeito seria se, quando Arandir estivesse morrendo, Aprígio tivesse lhe dado um beijo na boca e, depois de morto, falado: “eu te amo, Arandir”.

  • nathan

    meu goal agora é interpretar o arandir

  • Nicholas Simafranca

    I enjoyed the way Nelson Rodrigues used melodrama to criticize the superficialities of popular media.