| Title | : | Como se revoltar? |
| Author | : | |
| Rating | : | |
| ISBN | : | 8573266945 |
| ISBN-10 | : | 9788573266948 |
| Language | : | Portuguese |
| Format Type | : | Paperback |
| Number of Pages | : | 64 |
| Publication | : | First published October 12, 2016 |
Se a Idade Média nos acompanha desde a escola e não cessa de irrigar nosso imaginário adulto, isso se dá na exata medida em que ela é pródiga de figuras irreverentes e rebeldes, numa gama que vai do bobo da corte ao cavaleiro solitário, de Robin Hood a Ivanhoé, do herege ao camponês revoltado. Recontando algumas dessas histórias e lançando uma luz surpreendente sobre seus personagens, o historiador francês convida o leitor a visitar uma outra Idade Média, fascinante, contraditória e cheia de alertas e sugestões para os tempos presentes ― pois, para Boucheron, “a história é uma arte da emancipação”.
Como se revoltar? Reviews
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O livro não entrega exatamente o que promete no título (o que não é um problema). Boucheron é um medievalista e, nesta transcrição de uma breve palestra, ele trata da revolta na Idade Média – naquilo que ele qualifica – à maneira de Le Goff – que vai até mais ou menos até a Revolução Francesa.
Em um texto tão breve, é difícil uma análise mais profunda. Mesmo assim, ele consegue levantar alguns pontos interesses. O primeiro é o de recordar a importância do arquivo para o historiador. Boucheron é um historiador raiz, daqueles que engolem poeira no café da manhã. Disso, ele nos conduz a outro importante elemento da vida do historiador: como se interroga um documento? O que um documento quer nos dizer a partir daquilo que não é dito, ou está somente nas entrelinhas? Essa arte da interpretação não é só ciência; há um tanto de arte na coisa toda e, para dizer a verdade, é muito mais difícil e sutil do que parece à primeira vista.
A parti desses aspectos do trabalho do historiador, Boucheron leva o leitor ao seu tema propriamente dito, a revolta medieval. Ao contrário do que imaginamos – uma sociedade sem estado, mas controlada por instituições, em que todos sabem o seu papel – a Idade Média foi prenhe de revoltas, rebeliões e movimentos de inconformismo, existindo até mesmo uma espécie de gradação da revolta – que não é exclusivamente popular. Todos se revoltam, inclusive a nobreza se sente no direito quase natural de se rebelar diante de um rei derrotado – caso, por exemplo, do João sem-terra, cuja Carta Magna aparece depois de um fracasso em batalha.
Dois trechos me chamaram a atenção: “Pois, afinal, em que momento as revoltas estouram? Nosso cronista [medieval, citado por Boucheron] responde: quando a indignação é mais forte do que o medo. Mas, para vencer o medo, é preciso temeridade”.
E o outro é a conclusão em que “...entre obedecer cegamente e se revoltar violentamente, existe uma gama de atitudes possíveis: mau comportamento, omissão, artifícios”.
Por fim, é interessante que a revolta assume uma variedade de gradações e de intensidades: discórdia, dissensão, sedição, conspiração, conjuração rumor, murmúrio, tumulto.
Enfim, um livro bem instigante, de leitura bem agradável, destinado principalmente àqueles que queiram saber um pouco mais sobre Idade Média. -
Esperava mais do conteúdo. Mas, é uma boa caminhada sobre o tema e como ele era vista em tempos passados até hoje no presente!
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enquanto levanta debates historiográficos interessantes, principalmente sobre a idade média, a ideia final - de que o abandono,a exclusão são formas eficazes de revolta - é deveras idealista e inaplicável na contemporaneidade. afinal, como o proletário revoltado com o sistema vai se retirar dele? a única resposta que nos resta é o suicídio.
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Boucheron conduz muito bem o tema e ler toda a transcrição de sua palestra de uma vez só não é penoso. Análise muito interessante a respeito da história das revoltas na Idade Média.
